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Mais um guest post da amiga Karina, um roteiro de 15 dias de férias em família para a Chapada Diamantina, na Bahia, uma viagem para quem ama trilhas e natureza!

A viagem foi em janeiro de 2019 (de 12 a 26 de janeiro), eles foram de carro, partindo de João Pessoa.

Para ir de avião o aeroporto mais próximo é o de Lençóis, aeroporto Horácio de Matos (LEC). Os voos são da Azul, com conexão em Salvador, mas não há voos todos os dias. Outra opção é voar até Salvador e alugar um carro, pesquisem pelo comparador de preços Rentcars.com.

Roteiro de 15 dias pela Chapada Diamantina, Bahia

Dia 1 – João Pessoa > Maceió

Dia 2 – Maceió > Aracaju > Conde

Dia 3 – Conde > Lençóis

Dia 4 – Parque Nacional de Muritiba e Ribeirão do Meio (Palmeiras)

Dia 5 – Gruta da Lapa Doce (Iraquara), Fazenda Pratinha (Iraquara) e Morro do Pai Inácio (Palmeiras)

Dia 6 – Lençóis: Cachoeira do Mosquito, Mucugezinho, e Poço do Diabo

Dia 7 – Lençóis > Mini Pantanal de Marimbus (entre Lençóis e Andaraí), Poço Azul (Nova Redenção), Igatu (distrito de Andaraí) > Mucugê

Dia 8 – Mucugê

Dia 9 – Cachoeira do Buracão (Ibicoara)

Dia 10 – Cemitério Bizantino e Parque Municipal de Mucugê (Projeto Sempre Viva)

Dia 11 – Mucugê > Imbassaí

Dia 12 – Praia do Forte: Projeto Tamar e Projeto Baleia Jubarte

Dia 13 – Imbassaí > São Miguel dos Milagres

Dia 14 – São Miguel dos Milagres (Alagoas)

Dia 15 – Retorno para João Pessoa

Vamos ao relato da Karina:

Chapada Diamantina, Bahia em janeiro/2019

Fazia tempo que queria fazer uma viagem para a Chapada Diamantina, eu e meu marido gostamos muito de destinos ligados a natureza, mas sempre tive ciência de que esse roteiro seria para quando as nossas filhas estivessem um pouco maiores, são muitas trilhas e banhos de cachoeiras.

Esse ano resolvemos encarar o meu tão sonhado roteiro. Foi uma viagem maravilhosa, cheia de aventuras, caminhadas, cachoeiras, história do garimpo e ao final, sombra e água fresca para recuperar da maratona de trilhas. Fica o alerta, se você não gosta de caminhar, subir, descer, suar, calor… esse roteiro não é para você. Agora se você é do time dos aventureiros você vai se surpreender com paisagens e cachoeiras maravilhosas!

Chapada Diamantina

Dia 1 – João Pessoa para Maceió, Alagoas

Maceió

Distância: 375km – Tempo: 5h e pouco

Saímos de João Pessoa com destino a Lençóis, escolhemos fazer duas paradas na viagem de ida, uma em Maceió – Alagoas e outra no Conde – Bahia. O primeiro trecho foi feito em pouco mais de cinco horas. São cerca de 375km, mas como atravessar Recife sempre leva muito tempo, decidimos fazer nossa primeira parada já em Maceió. Aproveitei para visitar uma amiga querida e conhecer um restaurante que tinham me recomendado, o Janga. Maravilhoso!

O primeiro dia foi encerrado com um passeio pela feirinha e o por do sol na Praia de Pajuçara. Pernas esticadas, barriguinha cheia, todos descansados, para, no outro dia, acordar cedo e retomar viagem.

Maceió Alagoas
Janga Maceió Alagoas
Maceió Alagoas
Maceió Alagoas
Maceió Alagoas

Dia 2 – Maceió – Aracaju – Conde, Bahia

Maceió a Aracaju – Distância: 290km – Tempo: 4h40min

Aracaju

Esse trecho foi super tranquilo, saímos cedo e o tempo da viagem foi o tempo certo para a parada do almoço, como queríamos uma coisa mais rápida, fomos em um restaurante regional que serve no peso que se chama Mangará, aprovadíssimo. Depois do almoço fizemos o trajeto pela orla de Aracaju que é muito bonita e extensa – o trecho que margeia o rio, próximo ao restaurante, é especialmente bonito. Todos alimentados, seguimos viagem, já querendo chegar na Bahia para um banhozinho de mar.

Mangará Aracaju
Mangará Aracaju
Mangará Aracaju
Mangará Aracaju

Aracaju a Conde, Bahia – Distância 159km – Tempo 2h14min

Conde, Bahia

Esse pedacinho da viagem foi curtinho e agradável, a estrada estava boa e vez ou outra tivemos vislumbres do mar. Muitas brincadeiras dentro do carro para entreter a turminha e, rapidinho chegamos no nosso último pitstop, antes da Chapada. A Praia do Conde. Escolhemos a Pousada Coco Beach, no estilo chalés e a beira mar. Acertamos na escolha. Como chegamos cedo ainda tivemos tempo de um passeio pela praia e banho de piscina ao anoitecer, para falar a verdade as crianças queriam ficar mais tempo, mas, segue o baile que o melhor está para chegar.

Conde Bahia
Conde Bahia
Conde Bahia

Dia 3 – Conde para Lençóis, Bahia 

Distância 511 km – Tempo 6h42min

Acordamos cedinho, tomamos um café da manhã maravilhoso e pegamos a estrada. Dessa vez o trecho foi longo e tivemos que ir brincando de competições de bichos na estrada e cores de carro para o tempo passar mais depressa. A estrada estava boa e bem sinalizada, foi interessante ver a paisagem se modificando, do litoral, para o sertão e depois na Chapada. Aquela imensidão! Por volta das 16h chegamos em Lençóis. Cansados mas muito animados!

Lençóis

Ficamos numa Pousada que se chama Tatu do Bem, muito simples, mas bem localizada. Analisamos o custo e beneficio e vimos que como iríamos passar todos os dias fora não valeria a pena gastar muito com hospedagem. Para nós foi uma boa estada, os quartos limpos, café da manhã bem gostoso e os donos da Pousada bem simpáticos. Ficamos em Lençóis quatro noites. Escolhemos ficar em Lençóis e Mucugê, assim não perdemos tempo com deslocamentos. Check in feito, fomos desbravar a cidadezinha de Lençóis e ver se a programação que eu tinha pensado era exequível.

Aqui vai a primeira dica. Precisamos de guia para todos os passeios? Depende do seu estilo e do seu grupo. Na minha cabeça eu só iria contratar guia para fazer o passeio da Cachoeira do Buracão, em Ibicoara, já que, para chegar até lá, precisaríamos até atravessar um cânion nadando, além de ser exigência do Parque. Ao me informar nas primeiras agências os guias me assustaram um pouco, disseram que não havia placas nas trilhas e que nós nos perderíamos. Verdade, não havia quase placas nenhumas nas trilhas, mas eu havia baixado um programa que se chama WIKILOC, que é um aplicativo para seguir trilhas (meu marido é fera em ler mapas), foi uma mão na roda e nos fez economizar um bom dinheiro, já que nosso grupo tinha seis pessoas. Decidi que arriscaríamos a programação sem guias e com os mapas, meu marido estudou o aplicativo e já organizamos os mapas com antecedência.

Essa foi nossa escolha, pela característica do nosso grupo e pela experiência que meu marido tem em fazer trilhas e ler mapas, entretanto cada grupo tem sua especificidade. Segurança em primeiro lugar. A escolha do guia sempre oportuniza uma viagem bem informativa, ter alguém do local acompanhando os passeios é interessante. Quem escolher ir com guias sugiro ir até a associação de guias que fica no centrinho de Lençóis. A aventura ia começar!

Lençóis Bahia
Lençóis Bahia
Lençóis Bahia
Lençóis Bahia

Dia 4 – Parque Nacional de Muritiba e Ribeirão do Meio

Acordamos cedinho e fomos conhecer os caldeirões de águas avermelhadas do Serrano, o salão de areias coloridas e as cachoeiras Primavera e Cachoeirinha. Achei que o passeio fosse mais curto, mas como meu grupo tinha integrantes dos 9 aos 72 anos, foi um pouco mais custoso do que eu esperava. O que recomendo é que pessoas mais velhas e crianças pequenas fiquem na Cachoeirinha, pois a subida até a Primavera é um pouco sofrida. Se você tiver dificuldades para ler mapas, melhor contratar um guia para este passeio pelo Parque Nacional de Muritiba. É fundamental levar muita água, boné, protetor solar e lanchinhos do tipo amendoim, barrinha de cereal, frutos secos, sucos. Para dar energia nas trilhas.

Chapada Diamantina
Chapada Diamantina
Chapada Diamantina
Chapada Diamantina
Chapada Diamantina
Chapada Diamantina
Chapada Diamantina
Chapada Diamantina

Ribeirão do Meio

Primeira trilha vencida fomos para o segundo passeio programado para o dia, o Ribeirão do Meio, a apenas 3 km do centro de Lençóis. Esse passeio, na minha opinião, pode ser feito sem guia, o acesso é fácil e próximo ao centro da cidade (cerca de 3km). A caminhada é quase sempre plana, ao final você vai ver uma grande piscina e um escorrega natural.

Fiquei um tempão olhando para o escorrega, que é uma pedra enorme onde as pessoas descem escorregando até a água. Deu um medo danado pois imaginei que ia sair toda ralada da pedra, mas quando vi uma menininha bem novinha escorregar venci o medo e fui lá. Realmente não rala nada, mas dá um medinho pois a gente desce muito depressa, um negócio meio fora do controle e cai dentro da água, adrenalina!!

Depois de um dia cheio de caminhadas e aventuras voltar para Lençóis para um belo jantar. A cidade tem uma oferta grande de restaurantes.

Ribeirão do Meio Chapada Diamantina
Ribeirão do Meio Chapada Diamantina
Ribeirão do Meio Chapada Diamantina
Ribeirão do Meio Chapada Diamantina

Dia 5 – Gruta da Lapa Doce, Fazenda Pratinha e Morro do Pai Inácio

Segundo dia na Chapada, a nossa programação foi a seguinte: visitar a Gruta da Lapa Doce de manhã cedo. Depois ir para a Fazenda Pratinha, almoçar por lá e ver o pôr do sol no Morro do Pai Inácio. Para esses passeios também não contratamos guia. A Gruta e a fazenda Pratinha ficam no município de Iraquara e o Morro do Pai Inácio em Palmeiras, tudo fica para o mesmo lado, então é um dia que dá para aproveitar bastante.

Fomos primeiro para a gruta, o passeio é muito legal, a gruta é realmente imensa. Fica no município de Iraquara e tem uma estrutura muito boa para receber os turistas, com banheiros de apoio, guias que descem a gruta com você e restaurante. Fomos com o guia Raimundo, que foi muito atencioso, andava sem pressa e explicava direitinho o nome de várias árvores e falava das formações rochosas. Recomendo esse guia. O passeio foi bem interessante e divertido, o guia interagiu bem com as crianças e mostrou sombras e pedras que parecem igrejas, dinossauros e o quê mais sua imaginação permitir.

Chapada Diamantina

A entrada foi 30 reais (crianças e idosos pagam meia entrada), você recebe uma lanterna para ir iluminando o caminho dentro da gruta, no meio do passeio há uma parada para vivenciarmos a escuridão e o silencio total, as lanternas são apagadas e realmente é uma experiência bem interessante. Não existe diferença entre ficar com os olhos abertos ou fechados pois a escuridão é total! O passeio é feito com tranquilidade, só na descida fica um pouco cansativo para as pessoas mais velhas, por causa dos degraus, mas basta ir devagarzinho.

Aqui vai a segunda dica: na Chapada você não vai conseguir fazer todos os passeios na primeira viagem, então escolha algumas cachoeiras, uma gruta, um mergulho e mais de uma cidade para se hospedar, assim você vê um pouco de tudo e não se cansa muito com os deslocamentos, a gruta que escolhemos foi a da lapa Doce e creio que foi uma escolha bem acertada. Você sabe a diferença de uma gruta para uma caverna? Vai na Lapa Doce que o Raimundo te explica. rs

Chapada Diamantina

Depois da Lapa Doce seguimos para a Fazenda Pratinha que fica muito pertinho, cerca de uns 25 minutos. O ingresso custa 40 reais, idosos e crianças pagam meia entrada. Com esse valor você visita as duas grutas, toma banho no rio e pode passear pela fazenda, que é muito agradável e tem muitos quiosques que vendem lanches e doces. Os demais passeios são pagos a parte (tirolesa e mergulho).

Chegamos lá, como diz a minha filha, “esfomeados” e comemos uma moqueca de peixe muito gostosa. Enquanto esperávamos o peixe ficar pronto mergulhamos no Rio Pratinha, que recebe esse nome pois tem as águas realmente cristalinas. A fazenda tem uma estrutura excelente. Com certeza seria possível passar um dia por lá. Recomendo o mergulho pois as águas são realmente transparentes. Passamos umas três horas na Fazenda e depois fomos ver o por do sol no Morro do Pai Inácio.

Nosso carro não era 4×4, fomos por uma estrada de terra seguindo a trilha do aplicativo, tudo certinho, mas nosso carro sofreu um bocadinho naquela batedeira. Como estava tudo seco não tivemos problemas em atolar, mas em épocas de chuva acho que seria mais complicado. Por falar em época do ano para viajar, acho que tomamos a decisão acertada em vir em janeiro. Tivemos dias com muito sol e calor, o que tornou mais agradável o mergulho nos rios e cachoeiras que não são tão frios quanto nos meses de junho e julho.

Chapada Diamantina Bahia

Dia 6 – Cachoeira do Mosquito, Mucugezinho e Poço do Diabo

Nossa programação pela manhã foi conhecer a Cachoeira do Mosquito – Fazenda Santo Antônio. O valor do ingresso foi 30 reais por pessoa, crianças e idosos pagam meia. A Cachoeira está localizada a cerca de 40 km do município de Lençóis – sendo 20 km de asfalto e 20 km de estrada de terra – nesse percurso de estrada de terra vimos um belíssimo Urubu Rei, que só havíamos visto antes em zoológicos.

Chapada Diamantina Bahia

Ao chegar na fazenda onde está localizada a cachoeira, ainda é preciso fazer uma trilha – que dura pouco menos de 30 minutos e é relativamente tranquila, ao final tendo uma escadaria que vai exigir um pouco do seu joelho. O nome da cachoeira vem de um tipo de diamante que era encontrado nas proximidades, pequeno e sem valor comercial.

Gostamos bastante dessa cachoeira, pois ela é “larga”, dá para muita gente ficar tomando banho ao mesmo tempo sem ficar se espremendo. Ficamos um tempinho contemplando aquela maravilha da natureza e recebendo massagem nas costas feita pela queda da água. Nesse passeio também fomos sem guia, só seguindo o wikilok. Economizamos bastante graças a esse aplicativo. A caminhada e o banho de cachoeira despertaram nossa fome e optamos logo por almoçar na Fazenda, um almoço regional e bem gostoso, estilo self-service. Você paga o valor de 30 reais e se serve à vontade.

Depois do almoço fomos para o Rio Mucugezinho e Poço do Diabo. Levamos cerca de 50 minutos para chegar ao Rio Mucugezinho, saindo da Fazenda Santo Antônio. Realmente não existem placas de indicação, nos guiamos sempre pelo nosso aplicativo.

Chapada Diamantina

O acesso ao Rio Mucugezinho é muito fácil, paga-se um valor na entrada do Balneário, caminhamos uns minutinhos e já se vê um local bom para banho, com um apoio de bar. Achamos ali meio “muvucado”. Meus sogros quiseram ficar logo por lá relaxando pois ainda estavam cansados da escadaria da cachoeira do Mosquito. Nós seguimos a trilha para ir para o Poço do Diabo. Minhas filhas ficaram curiosas com o nome, mas o local não é nada diabólico, muito pelo contrário, é belíssimo. O acesso não chega a ser difícil, mas é bem acidentado, com alguns desníveis que forçam um bocadinho as articulações.

O Poço é bem fundo, fomos nos agarrando as bordinhas das pedras para chegarmos mais perto da queda d’água. Para tomar banho lá na cachoeira mesmo é necessário saber nadar ou estar com coletes. Ficamos um tempinho por lá e voltamos para ficar de molho lá no Rio Mucugezinho, quando a fome apertou voltamos para Lençóis para almojantar.

Aqui vai a minha terceira dica. Um parágrafo agora para falar sobre comida, que é uma parte importante da viagem. Como estamos com crianças tentamos fazer as refeições nos horários mais ou menos certos, mesmo viajando. Na Chapada almoçamos algumas vezes nas Fazendas que serviam almoço depois do banho de cachoeira (Fazenda Santo Antônio, Poço Azul, Pratinha, Buracão), mas alguns dias foram só lanches reforçados e depois íamos para Lençóis para almojantar. Por isso reforce seu café da manhã e seu lanche nas mochilas. Frutos secos, barrinhas de cerais, frutas fáceis de carregar, sucos, amendoins, castanhas e muita água. Uma das minhas filhas adora aqueles sachês com mel, levei todos os dias comigo, quando ela ia cansando eu falava logo: “vai um melzinho aí?” Um pouco mais de energia para continuar a viagem.

A oferta de restaurantes em Lençóis é enorme, bem maior que em Mucugê (nosso segundo destino). O centro da cidade fica parecido com Pirenópolis, com mesinhas de restaurantes no meio da rua. É bom você já ter algumas indicações de restaurantes para não perder tempo na hora da escolha, pois depois de caminhadas e banhos de cachoeiras geralmente estávamos famintos.

Nós adoramos o restaurante Bodega, comida muito boa, coquetéis idem. Ambiente bem agradável e atendimento excelente. Comemos também no Restaurante Lampião, Jerimum e no Natora. Nesse último nos surpreendemos com a pizza, realmente muito boa, fomos lá duas vezes só por causa da pizza, bem fininha e crocante.

Dia 7 – Mini Pantanal de Marimbus, Poço Azul, Igatu para Mucugê

Dia de nos despedirmos de Lençóis com destino a Mucugê. Nesse ponto precisei fazer uma escolha. Existe um passeio de um dia pelo Mini-pantanal de Marimbus, que fica entre Lençóis e Andaraí (sim, existe um Pantanal na Chapada). Dizem que o passeio é fantástico, visita também uma fazenda quilombola e a Cachoeira do Roncador, entretanto, se fizéssemos esse passeio não conseguiríamos fazer os outros passeios que estavam na minha lista (Poço Azul e Igatu). Por isso tive que fazer uma adaptação do roteiro. Fomos conhecer o mini pantanal, mas com saída da Fazenda Marimbus. (marimbus.com.br). Se você tiver mais tempo faça o passeio com visita a Cacheira do Roncador.

Para acesso a fazenda de onde saem os barcos para o passeio tem uma cancela, lá mesmo você paga 30 reais por pessoa para entrar (essa foi a viagem dos trinta reais, todas as atrações estavam mais ou menos tabeladas em 30 reais). Depois da cancela andamos cerca de três quilômetros e deixamos o carro. Lá pegamos duas canoas para nosso grupo de seis pessoas. Em cada canoa um guia, o nosso guia foi muito simpático e nos falou da fauna e da flora durante o passeio. Ficamos um pouco decepcionados com a quantidade de aves que vimos, talvez se o passeio tivesse sido feito bem cedinho ou no final da tarde tivéssemos avistado mais aves, mas mesmo assim valeu a pena. Realmente pareceu um passeio pelos rios do Pantanal, só que não foi de Chalana e também não tinha piranhas.

Depois de um passeio de cerca de 30 minutos demos uma parada para mergulho. Ali o tempo parecia que tinha parado. A água formava um espelho e não sabíamos onde acabava o céu e começava o rio, um reflexo perfeito, nenhuma foto consegue traduzir aquele cenário, parecia mesmo um quadro.

Nosso barqueiro disse que o passeio do final da tarde tinha muitos mosquitos. Ainda bem que fomos logo cedo.

Mini pantanal de Marimbus

Depois do Marimbus voltamos para visitar o Poço Azul, que fica no município de Nova Redenção. Estávamos em dúvida se daria tempo ou não, mas deu. Por isso, se você fizer esse roteiro, visite logo o Poço Azul e depois Marimbus. Nós tivemos que ir e depois voltar uns 20 kms na estrada.

Quando saímos da estrada asfaltadas pegamos uma estrada sofrível e mal sinalizada até o Poço Azul (bendito wikilok), ao chegar lá pagamos o valor da entrada (30 reais, por pessoa – idosos e crianças pagam meia) e cadastramos nosso grupo para entrada no Poço.

Poço Azul Bahia

Antes de descer para o poço você recebe um colete salva-vidas e um snorkel e pode mergulhar por cerca de quinze minutos naquela imensidão transparente, não parece, mas o poço é bastante profundo, como a luz do dia não incidia diretamente na água do Poço ele não pareceu tão azul, mas mesmo assim valeu a pena. Já havíamos visto um Poço Azul em Bonito, mas mergulhar nele é uma experiencia bem legal. O local tem estrutura para almoço, que fizemos para garantir que não teríamos mais a pressa da fome.

Nossa próxima parada depois do poço Azul era Igatu, estava doida para conhecer aquela localidade histórica, perdida no topo da Chapada, que foi ocupada por garimpeiros durante o curto período de exploração do garimpo de diamantes naquela região. É, na verdade, um distrito de Andaraí, hoje tem cerca de 350 habitantes, mas segundo os relatos já chegou a ter mais de 9000 pessoas vivendo ali, na época de “ouro” da mineração de diamantes. Em Andaraí tinha muita coisa para ver, mas já pegamos a estrada de Pedra quase no final da tarde. Então foi uma correria.

Dica importante: se você não tiver carro 4 x 4 não vá pela estrada de pedra. Nós fomos, mas foram 7 kms bem estressantes pois o carro as vezes “patinava” nas pedras. A estrada é linda, paisagens fantásticas, mas não tem espaço para dois carros manobrarem, sempre subindo e de vez em quando patinando…já pensou? Saindo de Igatu tem outra estrada que é melhor para andar.

Igatu Bahia

Na minha lista de coisas a visitar a Igreja sagrado Coração de Jesus, a Igreja de São Sebastião, as casas de pedra do “bairro fantasma” e a Galeria Arte & Memória, além de visitar o museu do garimpo.

Infelizmente foi tudo correndo, não deu nem para ver a metade do que eu queria. Deu vontade de dormir por ali mesmo, e desfrutar daquela calmaria de um lugar que parece que parou no tempo.

Dia 8 – Mucugê

De lá seguimos para Mucugê, nos hospedamos na Pousada Monte Azul. Excelente Pousada, silenciosa, quartos amplos e confortáveis, café da manhã farto e diversificado.

Chegamos à noite e fomos dar um passeio por Mucugê, que cidade agradável. Limpa, organizada, com casario bem conservado, clima ameno… tudo de bom.

Mucugê Bahia

Os restaurantes em Mucugê são mais caros que em Lençóis, a oferta é menor. Ficamos três noites em Mucugê. Em uma delas pedimos pizza no Hotel, pois estávamos exaustos do passeio até a Cacheira do Buracão. Nas outras duas paramos numa pracinha que tem algumas opções de barzinhos que também servem refeições.

Nessa pracinha comemos um dia na Casa Amarela e outro dia no Matuto. Comi uma massa no Matuto, que só de lembrar me faz encher a boca de água, acompanhada de uma caipirosca de siriguela divina.

Mucugê Bahia

Mucugê é também famosa por suas plantações de morangos. Como o clima lá é mais ameno existem muitas plantações de morango e as bandejas são vendidas em vários locais da cidade por um excelente preço. Minhas filhas amaram essa descoberta e se fartaram de comer morango. Comprávamos quatro bandejas de morangos por dez reis. Os sucos de morango também são maravilhosos por lá, percebe-se mesmo que são da fruta, bastante saborosos e por um preço muito bom.

Mucugê foi uma grata surpresa para nós, com seu cemitério bizantino, o casario colonial muito conservado, praças floridas, coreto iluminado, clima ameno e morangos com fartura. Aquela cidadezinha localizada no centro do Parque Nacional da Chapada dos Diamantina, tombada como Patrimônio Histórico Nacional, nos transmitiu aconchego e tranquilidade.

Mucugê Bahia

Dia 9 – Cachoeira do Buracão (Ibicoara)

Esse segundo dia em Mucugê foi reservado para conhecermos a Cachoeira do Buracão, para esse passeio ou você se hospeda em Ibicoara, município onde se localiza a cachoeira, ou você acorda muito cedo para realizar seu deslocamento. A distância entre Mucugê e Ibicoara é de quase 83km, levamos pouco mais de uma hora para fazer esse percurso, lá chegando encontramos com nosso Guia Elias, para o percurso da Cachoeria do Buracão, tel (77) 99195-7735, ele faz parte da associação de guias de Ibicoara. Passamos todo o dia com Elias, desbravando essa maravilha da Chapada. Na minha opinião, a mais bela cachoeira que vimos na viagem.

Depois de chegar em Ibicoara nosso guia Elias nos guiou por uma estrada de terra por mais de 20 quilômetros, cruzando o Campo Redondo, como estava tudo seco, não tivemos muita dificuldade em chegar ao nosso destino, mas o carro sofreu um pouquinho.

Para acessar esse Parque é necessário estar acompanhado de guia. O ideal é você já sair com o guia de Ibicoara.

Chapada Diamantina

Inicialmente, fizemos uma caminhada por cerca de três quilômetros as margens do Rio Espalhado, o dia estava muito quente, a caminhada é relativamente tranquila, mas é necessário levar água e boné, pois por causa do calor nos cansamos mais. Ao longo do caminho já nos deparamos com algumas cachoeiras e piscinas naturais, dá vontade de sair da trilha e se refrescar naquelas piscinas tão convidativas, mas não perca o foco e siga em frente pois o melhor da viagem está para chegar.

Antes de chegar na cachoeira do Buracão passamos pela Cachoeira das Orquídeas, que fica no início da descida que dá acesso o cânion do Buracão, parada para contemplar essa beleza e tomar um pouco de fôlego, além de tirar umas fotos. Depois disso, descida um pouco íngreme para chegar até o cânion, onde recebemos o colete para irmos nadando/flutuando até a cachoeira. O trecho de flutuação é bem curto, paredão de pedras dos dois lados, formam um “corredor” estreito, ao atravessarmos o corredor e virarmos “a esquina” vemos a belíssima e imponente cachoeira do Buracão. Realmente a cachoeira é de ficar com o queixo caído.

Chapada Diamantina

Depois do banho e fotos, retorno por trilha para curtir o visual de cima da cachoeira. Tentar marcar almoço na Fazenda produtiva. Pernoite em Mucugê.

Dia 10 – Cemitério Bizantino e Parque Municipal de Mucugê (Projeto Sempre Viva)

Para o nosso último dia em Mucugê programamos dois passeios, o Cemitério Bizantino e o Parque nacional Sempre Viva.

O cemitério Bizantino é um dos cartões postais de Mucugê. Seu verdadeiro nome é Cemitério Santa Isabel e foi construído por volta de 1855, após uma epidemia de cólera que atingiu a região. Desde a publicação de um Decreto, no Brasil Império, não era mais permitido sepultar pessoas nas igrejas, dessa forma, os túmulos foram erguidos com muito capricho, como pequenas imitações dos templos católicos. Ao longe ficamos impressionados com o contraste das pequenas construções encrustadas na montanha. É Patrimônio Histórico da Região.

Cemitério Bizantino Mucugê

Depois seguimos para o Parque Municipal de Mucugê, criado em 17 de maio de 1999 para abrigar o Projeto Sempre Viva, notadamente, uma variedade de sempre-viva endêmica de Mucugê (singonanthus Mucugensis Giulietti) que se encontra ameaçada de extinção.

Chapada Diamantina Mucugê

Após pagarmos uma pequena taxa de 20 reais (idosos e crianças pagam metade do ingresso) visitamos um Museu, que conta um pouco a história das sempre vivas e do garimpo, a casa do Garimpeiro e o Parque em si. A trilha é de fácil acesso, bem sinalizada, com muitas flores pelo caminho. O calor estava grande, mas ao final nos deliciamos com um belo banho de cachoeira, nossa despedida da Chapada Diamantina foi em grande estilo.

Chapada Diamantina

Dia 11 – Mucugê para Imbassaí

Imbassaí 

Distância: 6 h 37 min (518,9 km) via BA-142

Dia de dizer adeus para esse paraíso na Terra chamado Chapada Diamantina, certamente deixamos de fazer muitos passeios. Queria muito ter desbravado o Vale do Capão, mas vai ficar para a próxima. Foram dias cheios de aventura e contato com a natureza e, o melhor de tudo, junto da família, construindo memórias afetivas que ficarão para sempre guardadas em nossos corações. Sons, cheiros, pessoas, comidas, cenários, flores, aves, cachoeiras belíssimas…já estou com saudades!

Decidimos por duas paradas, um pouco para descansar da maratona de trilhas, subidas e descidas. Ficamos em Imbassaí, pertinho de praia do Forte, assim poderíamos desfrutar um pouco de sombra e água fresca.

Nos hospedamos no Solaris Imbassaí, apartamento alugado pelo Booking.com. Aqui fica nosso agradecimento ao Carlos e sua esposa Gil, pela recepção e cuidados. Tudo muito organizado, lençóis perfumados, muitas dicas de passeios e restaurantes, tanto em Imbassaí quanto na praia do Forte.

Imbassaí Bahia

Chegamos e fomos almoçar na Praia em Imbassaí, trocar o verde da mata pelo verde do mar…

Imbassaí Bahia

Dia 12 – Praia do Forte – Projeto Tamar e Projeto Baleia Jubarte

Reservamos apenas um dia para a Praia do Forte, já havíamos passado por lá há cerca de dez anos atrás. Achamos tudo muito diferente, o turismo está muito mais estruturado, excelentes restaurantes e lojas. O passeio pelo projeto Tamar é muito divertido para as crianças, que podem tocar em arraias, ver a alimentação das tartarugas e tubarões.

Praia do Forte Bahia

Almoçamos no Restaurante da Donana, uma fantástica moqueca de camarão.

Depois fomos visitar o Projeto Baleia Jubarte, que também é bem interessante, ficamos morrendo de vontade de voltar no segundo semestre, período em que as baleias são avistadas na região.

Ainda queríamos ter dado um passeio de bicicleta no Parque Municipal Klaus Peters, mas não deu tempo!

Dormir, pois, no outro dia tinha mais estrada pela frente, na nossa viagem de volta para João Pessoa.

Dia 13 – Imbassaí para São Miguel dos Milagres

Distância: 586 km

Um dos maiores trechos de viagem, por isso acordamos cedinho e pegamos estrada. Foi um dos piores trechos de estrada, muito movimento de caminhões e a estrada não estava muito boa, na ida não reparamos que estava assim.

Já fomos diversas vezes a Alagoas, na minha opinião não existe mar mais bonito no Brasil. Água transparente, até hoje não decidi se os tons são mais azuis ou mais verdes, além de tudo é quentinha! Ficamos algumas vezes em Maragogi e Japaratinga, dessa vez escolhemos São Miguel dos Milagres.

Almoçamos e ficamos de molho na praia, aquele mar quentinho, que não dá nem vontade de sair da água, até ficamos com os dedos engilhados.

Dia 14 – São Miguel dos Milagres, Alagoas

Sombra e Água fresca.

São Miguel dos Milagres
São Miguel dos Milagres
São Miguel dos Milagres

Dia 15 – Retorno para João Pessoa

Atravessamos a Balsa saindo de São Miguel dos Milagres para Maragogi. Depois de mais de 2.300km rodados já estávamos nos sentindo quase em casa. Quem estiver próximo a Maragogi aconselho almoçar no restaurante Calamares, vista para o mar e comidinha maravilhosa.

Mais um roteiro sonhado, planejado e realizado! Foi um destino nacional, fomos de carro e pagamos em reais, o que torna a viagem muito mais barata. Além disso, nosso país é muito bonito, precisamos reservar um tempinho para desbravá-lo também. Graças a Deus nenhum problema na estrada! Cansada? Jamais! Pronta para a próxima viagem!

Obrigada Karina por compartilhar aqui no blog essa aventura em família! Adoro seus roteiros detalhados e esse roteiro por Chapada Diamantina e praias na Bahia e Alagoas ficou ótimo! Concordo com você, o Brasil tem lugares lindos que precisamos conhecer! Nós amamos o Nordeste, e já incluímos a Chapada Diamantina na nossa lista de destinos!

Outros roteiros da Karina publicados no blog:

Santa Catarina: Vale do Itajaí, Serras Catarinenses, Florianópolis e Beto Carrero

Viagem 3 em 1: Foz do Iguaçu, Bonito e Pantanal

Chile: viagem de 15 dias em família

Até o próximo post!

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